Namoramos quase 10 anos,
Isso entre idas e vindas, que não foram tão poucas assim. A ideia de ficar divididos entre faculdade, casa, emprego e casamento, nos deixava meio temerosos. E, fora a maturidade, que hoje olhando sei que não tínhamos.
De forma que quando enfim, decidimos juntar as escovas de dente, coabitar no mesmo lugar, dormir de conchinha, o pensamento veio em “E o teto?!” “A casa cadê?!”.
É minha gente, a casa cadê?
Pensando assim, antes mesmo de marcar a Igreja, convidar Padrinhos e comprar nossa primeira panela, fomos correr atrás do principal “Minha casa, minha vida!”. Ficou combinado que iríamos alugar uma casa e que seria uma ação temporária.
E agora, passados nove meses (na garganta para nascer) e nosso contrato acabando, o desesperou se agarrou a mim.
O bem da verdade é que, não temos um tostão furado para comprar essa casa. Temos o suor na cara, e o esforço diário para honrar nossos compromissos (que dó, que dó) que não são poucos.
Os imóveis em Brasília estão um absurdo de caros, de forma que mesmo ganhando um milhão no Big Brother, pouco provável que um confinado daqueles venham morar aqui. Até para as bandas que habito (que é quase pulando fora do quadradinho), a coisa é feia.
Estamos tentando todas as possibilidades, de financiamento a assalto ao porco rosado que fica escondido atrás da porta, caridade de pessoas altruístas e omilhações perante nossos pais.
E eu indago, tem como ter um espírito apascentado e tranquilo? Nunca!